De Todas as Maneiras que Há de Amar

  • Duração: 55
  • Classificação Indicativa: 14 anos

Clara Carvalho e Brian Penido vivem casal em peça do Grupo Tapa com texto de Edward Albee

Espetáculo que estreou em 2020 no Teatro Aliança Francesa, De Todas As Maneiras Que Há De Amar e teve temporada interrompida pela pandemia, ganha apresentação presencial de 10 de dezembro, sexta, às 20h, no SESC Jundiaí.

Foi a primeira vez que o texto de Edward Albee (1928-2016) teve a uma montagem no Brasil. E é a primeira peça do autor montada pelo Grupo Tapa. A peça, que leva o nome de Counting the Ways no original, é baseado em um soneto da poetiza inglesa Elizabeth Barrett. A montagem tem direção de Eduardo Tolentino de Araujo e é protagonizada por Clara Carvalho e Brian Penido, um casal que faz um balanço de toda uma vida. Na trama, casados ​​há muito tempo, mas conscientes de que o tempo provocou mudanças no relacionamento, os dois trocam reminiscências alegres, tristes e até mesmo brutais. A versão brasileira leva o nome De Todas As Maneiras Que Há De Amar, uma referência a música de Chico Buarque.

“São personagens mais maduros e vivem um casamento que já passou por tudo. É um texto que questiona as maneiras de amar, o que sobra de uma vida de casal após todo esse tempo juntos? Ao longo da peça, vem lembranças, trocas ácidas, detalhes do cotidiano que refletem sobre a finitude do amor, tudo regado com humor, às vezes, até meio corrosivo”, conta o diretor.

Clara Carvalho e Brian Penido tem uma ligação no palco por toda a jornada com o Tapa em mais de 40 anos de carreira. Inclusive, em 1989, na montagem de Nossa Cidade, de Thornton Wilder, ambos interpretavam um casal em cena.

O autor americano deixa as relações viradas do avesso em suas obras, atributo que o coloca como uma espécie de herdeiro do sueco August Strindberg (1849-1912), dramaturgo bem conhecido pelo Grupo Tapa que já montou Camaradagem, Credores, Senhorita Julia e Brincando com Fogo. Edward Albee venceu três vezes o prêmio Pulitzer e cinco Tony Awards. Sua obra mais popular Quem Tem Medo de Virginia Woolf? teve adaptação para o cinema em 1966 com Elizabeth Taylor e Richard Burton.

“Albee tem um trabalho sedutor, mordaz, terrível e distorcido ao mesmo tempo. Traz uma comedia flamejante com esse espetáculo. São personagens fortes que passaram pelas grandes mudanças no mundo, estão situados em algum tempo dos anos 50 e 60, inseridos em um mosaico de tramas que trazem identificação e pode ser a história de qualquer casal, inclusive atualmente”, conclui Tolentino.

Ficha Técnica:
Texto: Edward Albee. Tradução: Augusto César. Direção: Eduardo Tolentino de Araujo. Elenco: Clara Carvalho e Brian Penido. Fotos: Ronaldo Gutierrez. Arte Gráfica: Mau Machado. Direção de Produção: Ariel Cannal.